Le Prix Ludovic-Trarieux

 

 

Prêmio internacional dos Direitos Humanos Ludovic-Trarieux 2005

“ A homenagem dos advogados à um advogado”

 

 

O prêmio internacional dos Direitos Humanos

Ludovic Trarieux” 2005 concedido

ao advogado

 

Henri Burin des Roziers

 

O frade dominicano atua como advogado da CPT, na região de Xinguara, principalmente no combate ao trabalho escravo.

 

 

 

O prêmio internacional dos Direitos Humanos Ludovic-Trarieux 2005 foi concedido , ao advogado Frei Henri des Roziers atua como advogado da CPT, na região de Xinguara, principalmente no combate ao trabalho escravo.
O prêmio Ludovic-Trarieux, do valor de 5000 euros, recompensa “um advogado sem distinção de nacionalidade ou de Ordem de Advogados , que ilustrou por seu trabalho, sua atuação ou seus sofrimentos, à defesa do respeito dos direitos do Homem, dos direitos de defesa, à supremacia do direito, a luta contra os racismos e intolerância sob todas suas formas”, sob a denominação do Prêmio Internacional do direitos do Homem.
O Prêmio que comemora a memória de Ludovic Trarieux (1840-1904), sucessivamente advogado em Bordeaux e Paris, Ministro da Justiça francesa e fundador da Liga dos Direitos do Homem em 1898, foi conferido pela primeira vez, em 1985 à Nelson Mandela quando estava preso hà 23 anos na África do Sul.
Desde 2003, o prêmio é a homenagem anual dos advogados à um advogado do mundo. Ele é concedido conjuntamente pelo Instituto dos Direitos do Homem da Ordem dos Advogados de Bordeaux , Instituto de Formação em Direitos do Homem da Ordem dos Advogados de Paris, Instituto dos Direitos do Homem da Ordem dos Advogados de Bruxelles e o Instituto dos Direitos do Homem dos Advogados Europeus – European Bar Human Rights Institute (IDHAE).

 

 

Nascido em Paris em 18 de fevereiro de 1930, numa família católica bem situada que participou da resistência contra o nazismo, Henri serviu no Exército francês. Esteve na Argélia, quando era colônia da França. Sensibilizou-se com a situação da pobreza neste período. Formou-se em Letras, na Sorbonne, e em Direito Comparado na Universidade de Cambrige, na Inglaterra, e fez o Doutourado na Universidade de Paris.

Henri ao fazer o serviço militar na África, entendeu a luta dos países em processo de descolonização, apoiou a independência da Argélia e se indignou com o racismo da sociedade francesa.

Era um advogado com carreira promissora quando conheceu, em 56, o dominicano Yves Congar, um dissidente punido pelo Papa Pio XII por suas idéias renovadoras. Mas Henri des Roziers foi ser dominicano, ordenado em 1964.

Chegou no Brasil em dezembro de 78. Semanas depois já estava em Conceição do Araguaia. Seu diploma de advogado foi reconhecido no Brasil em 1984. Este religioso da ordem dos Dominicanos, está engajado desde 1977 com as camadas sociais mais desfavorecidas, atuando como advogado da CPT (Comissão Pastoral da Terra).

 

Henri Burin des Roziers atua como advogado da CPT, na região de Xinguara, principalmente no combate ao trabalho escravo que persiste nos confins da Amazônia. defende os trabalhadores em sua luta pela terra, contra a violência e a justiça corrupta
Sua luta jurídica contra a violência das milícias privadas dos fazendeiros deu credibilidade às denúncias, fortaleceu os sindicatos e deu respaldo às ações das entidades solidárias.
Em 1991, Frei Henri conseguiu uma vitória que marcou sua luta na transformação da conduta da Justiça Brasileira em processos de violência contra trabalhadores rurais e criou jurisprudência. No julgamento de Jerônimo Alves do Amorim, fazendeiro que em 1991 mandou matar o sindicalista Expedito Ribeiro de Souza, Frei Henri foi um dos advogados de acusação e conseguira o feito inédito no país: Jerônimo foi condenado a dezenove anos e seis meses de prisão.

Henri Burin des Roziers encabeça a lista dos religiosos ameaçados de morte no Pará.  Ontem, 34 organizações não-governamentais pediram o afastamento do delegado Pedro Monte iro, da Polícia Civil, das investigações da morte de irmã Dorothy Stang, , assassinada no dia 12 de fevereiro 2005, em Anapu (PA), no sudoeste do Pará .

 

Uma tabela de preços da pistolagem revela que o assassinato do frade valeria R$ 100 mil, o dobro do que teria custado a vida da irmã Dorothy Stang.
O ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Pará Sérgio Frazão do Couto quer que o governo federal dê proteção especial ao frade francês Henry des Roziers, da Comissão Pastoral da Terra (CPT). O advogado acredita que o ativista será a próxima vítima da onda de assassinatos no estado. O alerta foi feito ontem, durante a reunião do Conselho Federal da OAB. Desde 1999, sua cabeça tem preço em uma lista de ameaçados de morte publicada no jornal Estado de São Paulo, como aquela da missionária americana, Dorothy Stang, assassinada por pistoleiros em 12 de fevereiro de 2005. Desde 23 de fevereiro de 2005, Henri Burin des Roziers está sob proteção policial do Estado do Pará, a pedido da Ordem dos Advogados do Brasil.

 

Henri Burin des Roziers é o 10º advogado a receber o "Ludovic-Trarieux". No ano passado, o prêmio foi concedido ao advogado sírio Aktham Nayssé.

Em 1985, o escolhido foi Nelson Mandela, símbolo da luta contra o Apartheid na África do Sul, que estava preso.

 

 

Prix/Prize/Premio 2005